A Lenda da Inferioridade Feminina : Vânia Coelho
A jornalista Vânia Coelho lançou, no final de 2023, o volume II de A Incrível Lenda da Inferioridade, pela Appris, de Curitiba, Brasil. O volume I foi lançado em 2021, pela Editora Chiado, de Lisboa, Portugal, com capa e ilustrações internas do artista premiadíssimo Alexandre G. Vilas Boas.
O primeiro volume conta a história de militância de 33 mulheres reais e suas lutas, as poucas vitórias e as muitas derrotas. São mulheres de tempos e lugares distintos por exemplo: Brasil, Grécia, Japão, México, Áustria, Nigéria, Portugal, Inglaterra, França, Polônia, Paquistão, Alemanha e Ucrânia.
O segundo volume de A Incrível Lenda da Inferioridade traz mais 33 histórias de mulheres reais, em espaços e tempos diferentes, que existiram nas áreas da Política, Arquitetura, Astronomia, Literatura, Ciências, Economia, Medicina, Direito, entre muitas outras áreas. Porém, elas foram, de uma forma ou de outra, silenciadas pelo sistema patriarcal. A obra narra sobre a luta de todas e de como resistiram, e fizeram história de como, apesar das vitórias, foram sucumbidas.
São mulheres de diversos países e tempos diferentes, como, por exemplo Clementina de Jesus, a sambista que provou que o Brasil está muito mais perto da África do que de Portugal, a primeira mulher partideira da história da Música Popular; Chiquinha Gonzaga, a musicista e primeira maestrina mulher. Sua luta por liberdade mudou os rumos da música, demarcando o antes e o depois dela, venceu, mas com o preço de ser proibida de ver os filhos; Pagu, a segunda mulher presa política da história, foi perseguida ferozmente, porque lutava por justiça. A primeira mulher presa na política foi Bárbara de Alencar, em 1817; a segunda, Pagu, em 1935; a terceira, Olga Benário, em 1936; a terceira, Rachel de Queiróz, em 1937.
A obra narra, ainda, sobre a construção sócio-política das mulheres como Rosa Luxemburgo, Alessandra Kollontai, Eidy da Silva, Tarsila do Amaral; Yoko Ogawa, Olga Tokarczuk, Toni Morrison; Angela Davis, Malala, Ângela Diniz, Eugênia Sereno, Nair de Teffé e outras.
Narra, também, sobre as práticas cruéis e misóginas que o Sistema Patriarcal exerceu durante séculos, e ainda exerce, marcando o destino das mulheres com fogo e silêncio. Há séculos de patriarcado esmagando os ombros femininos. Este sistema criou regras e leis contra a mulher de modo a favorecer os homens da sociedade, deixando claro que a mulher não precisa ser pensante apenas obediente.
Discute-se, também, o conceito de inferioridade como controle sobre as mulheres, porque o objetivo do sistema é o de ter e o de manter o poder masculino. Discute-se ainda sobre a ideia de culpa e de pecado, como instrumento de poder e manipulação. Desse modo o poder masculino tem controle absoluto sobre o corpo e a alma das mulheres do nascimento à morte.
A Incrível Lenda da Inferioridade narra sobre como a religião (e o fundamentalismo) tem usado a palavra de Deus e de todos os santos para inferiorizar a mulher, fazendo-a vestir a roupa de subalterna, de ser humano incapaz e sem habilidades. O interesse é aquele que perpetua o feminino na subalternidade, sem acesso ao conhecimento e, principalmente, sem acesso à verdade.
A obra informar sobre a luta feminina e engloba sobre a atuação delas também no Brasil e no mundo e denuncia as atrocidades cometidas contra elas desde sempre. Com A Incrível Lenda da Inferioridade, pretende-se, por fim, ressuscitá-las, divulgando seus feitos e colocando-as nas páginas oficiais da história. São 460 páginas que levam conhecimento aos leitores, cujo público é geral e irrestrito. Vale a pena conhecer a história real das mulheres que lutaram e fizeram a diferença.
Se hoje, votamos, usamos calça comprida, trabalhamos e estudamos, é porque houve mulheres que não acreditavam na inferioridade feminina e lutaram por provar que essa ideia é apenas uma lenda.
O livro está sendo vendido nas principais livrarias de São Paulo como a “ Drumond “ dentro do Conjunto Nacional e no site da livraria e do Amazon.
Valor: R$65